7.9.03
Os anônimos e a idéia do atentado poético
Recebi por email a notícia-convite da mobilização para que, no próximo dia 11 de setembro, se realize silenciosos atentados poéticos por´aí. O convite que vem da França diz o seguinte: "no próximo dia 11 de setembro, sair à rua com um livro, dedicado a um desconhecido, abandonar este livro em um parque, um bar, um lugar público, para que seja encontrado como se fosse um presente". O curioso é que há alguns anos atrás, se não me engano em 1998, encontrei dois exemplares de um livro que se chamava "Anônimos - poemas" aqui em Belo Horizonte. Encontrei esses livros em lugares distintos (um num banco de praça e outro num telefone público da Rodoviária). Os livros eram bastante diferentes entre si (o formato, o tipo de papel, a encadernação), mas tinham alguns poemas em comum e sua essência era a mesma: livros caseiros com poemas curtos e sem autoria demarcada. Textos de autoria desconhecida e nenhum rastro de quem produziu e abandonou - ou doou para o acaso - aqueles livros). Na contra-capa de ambos estava escrito:
"estas nascerem para ser
palavras ao vento...
sopre-as a gosto
em setembro
ou
como
f(l)or"
Não sei não, mas a semelhança entre a idéia plantada naqueles dois exemplares e a atual proposta do atentado poético, me faz acreditar que o(s) anônimo(s) editor(es) daqui de BH, está(ão) agora na França puxando ações tão silenciosas quanto, mas em escala planetária.
E eu, como pessoa que aposta na sobrevida da poesia no cotidiano, só posso é registrar essa minha suspeita aqui e divulgar o convite para o atentado agendado para 11/9...